sábado, 28 de novembro de 2009

Comunicado

Queridos amigos e amigas internautas, estou encerrando este blog. Mas já tem outro saindo do forno. Àqueles que quiserem me dar o prazer de continuar comigo, podem me mandar um e-mail que fornecerei o nome do novo blog. Foi um prazer tê-los aqui e será um prazer recebê-los na nova casa.



e-mail heloavilak@gmail.com

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Não deu. Mas outro vai dar

Não deu certo. O emprego que eu estava esperando tanto não saiu. Ou melhor, poderá sair desde que eu faça um curso de 2 meses (não remunerado, claro) e passe por uma avaliação.
Não me preocupa a avaliação. Me aborrece ter que desistir, pois não dá pra fazer um curso de 6 horas diárias sem receber alguns dinheiros.
Me frustrei. Me aborreci. Não dormi direito pensando na mesmice em que vou ficar.
Trabalho bastante com os maracujás, mas não tenho grana. Vou pro Ceasa antes das 6 da manhã, faço a feira de quarta e a de domingo e não tenho dinheiros pra me agradar um pouco.
Tem nada não. Daqui a pouco consigo outro.
Enquanto isso, estou aceitando qualquer receita, de qualquer coisa, que eu possa fazer com maracujás. Não vale suco nem mousse.
Tô na luta.

CARPE DIEM

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Voa, liberdade

Voa, voa minha liberdade
Entra se eu servir como morada
Deixa eu voar na sua altura
Agarrado na cintura
Da eterna namorada
Voa feito um sonho desvairado
Desses que a gente sonha acordado
Voa, coração esvoaçante
Feito um pássaro gigante
Contra os ventos do pecado
Voa nas manhãs ensolaradas
Entra, faz verdade esta ilusão
Voa no estalo do meu grito
Quero ser teu infinito
Neste azul sem dimensão
Voa...

(Letra e música de Jessé)

CARPE DIEM

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eu faço o que eu quiser

Se eu quiser ir pra Brasília pra ver as filhas preferidas, eu vou.
Se eu quiser levar um sacão de maracujás pra melhor amiga, eu levo.
E se eu quiser pintar meu cabelo de verde, eu pinto.
E se eu resolver trabalhar pra ter "meus dinheiros", eu trabalho.
Semana que vem vou fazer minha tatuagem. Vou mesmo.
CARPE DIEM

terça-feira, 10 de novembro de 2009

TOP 5: E se eu fosse homem?

1- Respeitaria TPM e dor de cabeça daqueles dias.
2- Notaria o novo corte de cabelo da minha mulher.
3- Puxaria a cadeira pra ela sentar.
4- Iria aos jogos do Corinthians.
5- Faria xixi em pé.

CARPE DIEM

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

54


Fiz 54 anos. Algumas pessoas me dizem que é "vacilo" dizer a idade.
Vacilo é alguém achar que não dizer, a torna mais jovem.
Tenho rugas sim, cabelos brancos aos montes, dez quilos acima do peso ideal.
Mas tenho também vitalidade, alegria de viver e a energia dos 40.
Desbroto maracujazeiros, ensaco, vou pra feirinha vender.
Semana passada as filhas queridas e seus "apêndices", irmã e sobrinha idem, vieram comemorar comigo. Fiz um delicioso almoço (ah! essa minha modéstia!) e uma sobremesa de maracujá que aprendi faz pouco. Ganhei de presente a alegria da casa cheia, muita conversa, muita risada.
Minha identidade diz que tenho 54, mas teimo em dizer que não. Tô nem aí.


CARPE DIEM

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Que dificuldade!

Eu sempre achei que ser feliz fosse fácil.
Pensei que fosse só amar, respeitar, se dedicar.
Mas não é bem assim.
Não é tarefa fácil essa.
Há que se submeter, se subjugar, se anular.
Há que sofrer, há que chorar.

Isso é ser feliz???
Então... à merda a felicidade.

CARPE DIEM

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A flor




Essa linda flor é a flor do quiabo. Eu nunca tinha visto. Sua cor é palha e o miolo é cor de vinho. Maravilhosa.

CARPE DIEM

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Adivinhem!

Quem adivinha que flor é essa?

Ela é linda, não?

CARPE DIEM

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Meus amigos

Em todos os lugares por onde passei fiz ótimos amigos. São Paulo, Brasília, Curitiba, Sorocaba, Caracas, Bela Vista, internet.
Tenho irmãs amigas e cunhados tão amigos que são quase irmãos.
Dos tempos de escola trago meu querido amigo Caio, que foi meu padrinho de casamento, e a Regina Sch...(jamais consegui escrever seu sobrenome complicado). São amigos queridos, que não vejo há anos, mas com quem me correspondo sempre.
Alguns bons amigos da primeira temporada de Brasília foram também pra Curitiba. E também regressaram. Nos encontramos até hoje.
A internet me permite manter contato com as amizades feitas em Sorocaba e Caracas.
E têm os que conheci através da internet. A Rosanita, Laurinha, Rafa, Verônica Cobas, Flavíssima... e tantos outros.
Tenho genros amigos e amigos das filhas, também meus amigos.
A melhor amiga eu conheci em Brasília. Fomos juntas pra Caracas e agora, há uma estrada com 270 kms a nos separar: ela em Brasília e eu em Bela Vista. Um grande carinho por ela. E muita saudade.
As filhas-amigas, em Brasília, mantêm um buraco no meu coração. A falta que sinto delas é imensa.
E agora, novas amizades em Bela Vista. Algumas já se mostram sólidas, queridas.
Já escrevi sobre amigos várias vezes. E nunca me canso de fazê-lo.

CARPE DIEM

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mário Quintana

Só um lembrete do Quintana ...

'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo.
A única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'

CARPE DIEM

domingo, 4 de outubro de 2009

O meu melhor projeto*

Por muitos anos vivi "fechada em copas" sem saber exatamente quem eu poderia ser.
Isso começou a mudar quando morei na Venezuela e fiz parte da Associação de Damas Brasileiras. Essa associação tinha como meta manter um orfanato de meninas e organizar vários eventos durante o ano pra arrecadar fundos pra essa entidade. Participar disso não comprometia meu lado mãe/esposa/dona-de-casa, já que as reuniões eram sempre no horário de aula das meninas. Durante as reuniões, muitas, mas muitas das minhas sugestões foram aceitas e a direção sempre elogiava minha participação.
Uma querida amiga que conheci lá e que mora em Brasília, sempre me falava de meu potencial. Mas eu não acreditava muito nisso. Elsa é seu nome.
Nos últimos dez anos, iniciei projetos que não deram certo. Tive perdas financeiras com um deles e quase me convenceram de que realmente eu era incompetente. Quase.
Mas mudei pro interior e aí...
Em junho comecei a fazer, aqui em Bela Vista, um curso ministrado pelo SEBRAE chamado PER: Programa do Empreendedor Rural. É um curso muito interessante e que pode ser aplicado em qualquer situação de nossas vidas.
Por muitas vezes durante o curso, eu me lembrei das palavras da Elsa. Em todas as aulas fazíamos atividades relacionadas ao tema do dia e atividades comportamentais. Em muitas delas fui escolhida como líder. Noutras, não havia uma escolha, mas eu acabava liderando sem querer. E em todas me saí muito bem. E sempre que era elogiada, as palavras de minha amiga chegavam aos meus ouvidos. Num evento do grupo, uma colega me disse: "- Helô, sem você o PER não teria sido como foi. Você fez a diferença."
Paralelo ao curso me engajei (com amigos do curso e outros mais) na criação do Conselho de Desenvolvimento de Turismo da cidade. Temos que mostrar ao estado de Goiás o que este município tem de bom. E fui escolhida pra levar ao prefeito nossas propostas, juntamente com o secretário da área. Disseram que eu tinha o perfil pra essa tarefa.
E de repente, eu me vejo sendo sondada pra trabalhar com a esposa do prefeito em alguns de seus projetos sociais. Um deles me interessa muito, já que poderei ajudar um grupo de pessoas a não cometer os erros que eu cometi numa empresa que tive. Muitas pessoas da cidade me pedem pra usar aqui a experiência de vida que trago das cidades grandes onde vivi. E volto a ouvir a voz da minha amiga.

Sempre tive muitos projetos. Quase nenhum foi pra frente. Mas agora eu percebo que todos os erros, e todos os acertos desses 53 anos de vida estão me ajudando a criar meu melhor projeto: EU MESMA.

CARPE DIEM

*O título do post foi "copiado" do blog do Jack (com sua anuência, claro).

Tatoo

Vou fazer uma tatuagem.
Quero marcar na pele as fases que tenho na vida.
A fase nova, com a caçula começando a viver por ela mesma.
A fase crescente, com a filha do meio iniciando os objetivos traçados.
A fase cheia, com a primogênita transbordando de felicidade.
E a minha fase, minguante, não por me sentir escassa de vida.
Apenas por ser o ciclo normal, e por saber que depois tudo recomeça.
É. Vou fazer uma tatuagem. Depois eu mostro.


CARPE DIEM

domingo, 27 de setembro de 2009

Uns sim. Outros não


Gostaria de saber porque alguns casamentos dão certo e outros não.
OK, as pessoas são diferentes, o dia-a-dia é complicado, mas gostaria de saber de uma forma mais simplista.
Há pessoas que desistem logo nos primeiros anos e outras que insistem num casamento falido. Conheço algumas que não quiseram casar e outras mais que são realmente felizes no matrimônio.
Já se sabe que o tempo de convivência antes do casamento não influi para o sucesso do mesmo: oito anos podem não ser suficientes pra se conhecer "de verdade" uma pessoa. E dois meses de namoro podem definir um casamento realmente feliz.
Deveria existir uma maquininha que unisse os gens, neurônios, células ou sei lá o quê de duas pessoas e depois desse o resultado de compatibilidade.
Seria tudo tão mais simples, não?


CARPE DIEM

sábado, 26 de setembro de 2009

...


"Pelo andar da carruagem, percebo que já morri muitas vezes nesta vida e que viverei até fartar-me."
Benvindo Sequeira - ator, autor e idoso (por ele mesmo).

Faço minhas as suas palavras.
CARPE DIEM

domingo, 20 de setembro de 2009

Pergunta e Resposta


Tem que haver um motivo pra certas coisas acontecerem.
Muitas vezes eu pergunto: -Meu Deus! Por quê?
Espero que chegue o dia em que eu olhe pra trás e diga:
-Ah! Então foi por isso!


CARPE DIEM

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Amigas!!! Muitas!!! Sempre!!!

Amigas são uma coisa de louco! Adoro as minhas. Posso ficar meses sem vê-las, e quando as reencontro é como se jamais tivesse deixado de estar com elas.
Estive em Brasília nesta semana e consegui rever algumas das minhas amigas queridas. E tive boas surpresas. Algumas amigas da filha caçula preferida também quiseram me ver e estiveram em sua casa pra me dar um abraço. Lindas elas, Clara e Gi. Decidi que, nesta viagem, visitaria os lugares onde trabalhei e dos quais tenho muita saudade. Fui ao Náture Spa, local muito agradável onde comecei meus trabalhos em Estética Facial. São especializados em depilação e aí, já viu né! saí de lá com as saudades "matadas" e sem um fio de pelo. Delícia!!!
Noutro dia fui rever a clínica Stet Clin . Foi uma surpresa saber que somente duas das minhas antigas colegas de trabalho continuam por lá. Depois fui ao encontro de Marina, amiga querida que trabalhou comigo numa clínica no Sudoeste. Almoçamos juntas e passamos toda a tarde a colocar a conversa em dia e falar bem das pessoas (hehe). Ganhei de suas mãos de fada uma massagem relaxante fantástica.
Fui também ao salão onde arrumo minhas madeixas e passei algum tempo ouvindo as lamúrias de amor de meu querido Fred, enquanto ele cortava meu cabelo.
Claro que não deixei de encontrar a melhor amiga. Fui com ela à sua aula na academia e depois fomos juntas (recuperar o que aí foi perdido) a um barzinho. Chopinho perfeito acompanhado de um salsichão acebolado. Essa amiga é dez e ela sabe o porquê.
Na noite seguinte ainda participei de uma pizzada onde encontrei outra amiga dos tempos de trabalho e que eu não encontrava há muito tempo: Dani.
Foram dias muito bons. Dias que dediquei às minhas saudades.

CARPE DIEM

sábado, 29 de agosto de 2009

Passarinho

Jamais pensei ver um ninho nesse emaranhado de galhos e folhas.
Pena não ter conseguido fotografar a mãezinha do passarinho, pois a cada vez que eu me aproximava, ela voava. Nem ia pra muito longe, mas como eu sou "mal das vistas"...


Hoje estive lá. Passarinho bateu asas e voou.

CARPE DIEM

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O fruto do trabalho















Há alguns meses escrevi sobre a trabalheira que dá plantar maracujás.
Depois do plantio, há que desbrotar todos os maracujazeiros, QUASE todos os dias, para que somente dois ramos cresçam fortes. E bem adubados e bem irrigados eles crescem muito.
E mesmo assim vêm os fungos, e as viroses, e os tratamentos, e as ventanias... e a primeira chuva depois da estiagem. E ela trouxe granizo. Mas isso é assunto pra outro post (como diria Rosanita).
E as primeiras flores surgem. E só por brincadeira, contar quantas há em um ramo. E em uma ramada. E torcer pra que todas se transformem em frutos.
Ainda sem ser a hora certa um fruto cai. Destino? Uma deliciosa caipirinha. Afinal, há que se comemorar, não é?
Próximo passo: iniciar a colheita.


Os que são...





E os que serão.






CARPE DIEM

sábado, 22 de agosto de 2009

Abóbora ou Jerimum? Tanto faz

A abóbora é muito generosa; pode ser usada em pratos salgados ou doces e nasce em quase todos os tipos de solo. Resolvemos plantar abóboras junto aos maracujazeiros, pra aproveitar a adubação e a irrigação, e deu nisso. Lindas não?
A bonitinha da esquerda já não existe mais, pois foi usada pra fazer um gostoso guisado com carne. Inteira? Não!

Como ela era grande pra duas pessoas, resolvi usar uma parte pra sobremesa.
Sei fazer alguns doces que ficam até gostosinhos: pudim de leite, arroz doce, ovos nevados, doce de abóbora com côco...
Esse ficou bom. Muuuuuito bom. E acompanhado de um bom queijo fresco então!
De lamber os beiços.

CARPE DIEM


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Se pudesse ser...

Que bom seria se a vida nos permitisse utilizar o escambo como forma de pagamento.
Pagar o trabalho do outro com o fruto de nosso trabalho.
Já pensou? Um saco de maracujás pra arrumar um dente quebrado.
Se pudesse ser...

CARPE DIEM

domingo, 16 de agosto de 2009

Domingo

Domingo sempre foi dia de almoçar com a família.
Quando solteira, era o único dia da semana que meu pai almoçava em casa. Portanto, era dia especial.
Quando casada, os almoços de domingo foram se transformando:
-sem filhas, íamos almoçar na casa de uma das sogras, fazendo um revezamento pra contentar as duas famílias;
-com filhas pequenas -já morando longe das famílias- éramos os cinco ao redor de uma mesa, com lugares naturalmente marcados;
-com filhas adultas e uma delas já morando só, eram os domingos os dias de colocar a conversa em dia e saber das novidades, enquanto o pai da turma pilotava o fogão. Nessa época -quando havia- os agregados eram muito bem vindos.
Agora, encontramos com as meninas somente um fim de semana por mês. Assim sendo, os outros domingos são só nossos.
Alguns deles são bem comuns, com cada um fazendo algo diferente, um almoço gostoso, uma navegada na internet, Fantástico pra terminar o dia.
Outros, são domingos especiais, com companhia constante o dia inteiro: ir à feira juntos, cozinhar em parceria, um papo gostoso, muita brincadeira, um whiskinho, almoço especial. Depois um bom filme. No comecinho da noite fazer pastel de forno, e Fantástico pra terminar um dia só nosso.

CARPE DIEM

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Decisão

Deixei passar o tempo de cantar num coral.
Deixei passar o tempo de aprender francês e italiano.
Não vou mais sonhar em fazer aquilo que sei não ser possível.

Ainda dá tempo de fazer um trabalho voluntário.

CARPE DIEM

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Coisa de criança

Ontem empinei papagaio.
Soltei pipa.
Puxei arraia.
Brinquei com pandorga.


Não importa o nome que se dê ou o verbo que se use. Nem lembrava mais como é gostosa essa brincadeira. Meu pai querido fazia papagaios -como ele chamava- lindos, enormes, coloridos. Ele usava plástico de encapar caderno -alguém se lembra? Rabos longos. Mandou fazer uma caixa de madeira, com manivela, pra enrolar e desenrolar a linha. Linha não: acho que se chamava cordonê. Envernizada. Chic demais o "seu" Paulo. E em muitos fins-de-semana ele brincava de empinar papagaio com meu irmão Paulinho, na esquina da rua Mário com a Vespaziano.
Caramba! Senti até o "cheiro da naftalina" com essas lembranças.
Ontem, ao chegar no sítio, vi que os filhos do meu "braço direito" estavam puxando arraia, como se diz por aqui. O mais velho, de 4 anos, me convidou: -Quer puxar arraia comigo? Acho que ele pensou que eu não soubesse brincar disso. Convite aceito. E, de repente, me senti criança de novo! O vento puxava muito, e a arraia/pipa/papagaio subiu rápido. E meu amiguinho começou a rir. E eu também. Aquela risada gostosa, alta, que só as crianças sabem dar. E cada vez que o vento pedia mais linha, mais eu pulava de alegria. E ria. E sorria ao perceber que minha criança continua muito viva dentro de mim.
Felicidade pura.
Próximo passo...reaprender a andar de bicicleta.
CARPE DIEM


sábado, 1 de agosto de 2009

Perdão foi feito pra gente pedir

Se tem uma coisa que me incomoda muito e me machuca profundamente é saber que fui injusta com alguém.
Mesmo que tenha sido involuntária ou inocentemente.
Esta semana descobri que tenho sido injusta há anos, com uma pessoa querida. Não há dias. Há anos!!!
Somos concunhadas por escolha de parceiros e somos também comadres. Nos conhecemos há 32 anos e ela foi madrinha de casamento de meu par. E ele e eu somos padrinhos de seu filho.
Dessa forma, temos alguns "parentes" em comum.
Nesta semana recebi alguns desses "parentes" em minha casa, que vieram conhecer a cidade e nossa nova morada.
E determinadas atitudes (que não merecem ser detalhadas aqui) de um desses parentes me fizeram perceber que "estive do lado errado" por muitos anos. Foi como se um manto que encobria meus olhos tivesse sido retirado. E eu me senti a "mosca verde que pousou no cocô do cavalo do bandido".
Imediatamente entrei em contato com a pessoa querida pra me desculpar, e o que ouvi dela me deixou pasma: -" Eu sabia que algum dia você perceberia".
E o que me deixou mais desconfortável ainda foi perceber que, apesar de minhas atitudes por tantos anos, ela ainda me quer bem.
Não há o que fazer pra recuperar os anos perdidos de uma amizade que poderia ter sido muito mais estreita, mas farei o possível pra que os anos vindouros façam aflorar novamente aquela convivência e amizade que se perderam por causa de minha injustiça.
Nada mais há pra dizer a não ser: "PERDÃO ROSE".

CARPE DIEM

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ele e eu e ele e eu...

Lua-de-mel de dez dias.
A primeira viagem como um casal, 12 dias.
Depois disso, miles de viagens com filhas ou sem elas.
Em 30 de maio, a mudança definitiva pra Bela Vista. Já são 55 dias de férias.
Muitas vezes pensei em como seria quando o par deixasse de trabalhar. Estaria "velho" demais?
Ou cansado demais? Faríamos o quê? Onde?
E cá estamos nós, com todo o gás, com a casa nova quase toda organizada.
Eu, cuidando dos maracujás. Ele, montando a fábrica de tijolos. E muito gás. E muito cansados também.
E muito felizes. Ainda hoje perguntei-lhe :-"Você tá feliz?" A resposta foi linda: -"Muito mais do que eu poderia imaginar!"
Voltamos a estar sós, como quando nos casamos, mas é muito melhor. Temos o imenso prazer de receber as filhas e seus pares de quando em vez. E receber amigos que vêm por alguns dias e depois partem deixando boas lembranças.
Cada um tem seu tempo, seu espaço.
Já não há a neura de acordar sempre à mesma hora ou refeições com hora marcada.
Num dia almoçamos às 11:30. Noutro, às 14:00.
Tomamos uma cervejinha a qualquer hora.
Aposentadoria? Férias? Descobri que essas duas palavras podem perfeitamente ser sinônimas.

CARPE DIEM

domingo, 12 de julho de 2009

Tempo, tempo, tempo


Cadê o tempo? Cadê meu tempo? Não consigo encontrar um pouco de tempo pra fazer as coisas de que gosto. Há 50 dias não tenho tempo pra nada que não seja organização da casa (que não acaba nunca!) e maracujás.
Nada de reclamações melosas, sofridas, do tipo: Ó, meu Deus!
Sempre achei um exagero quando alguém dizia não ter tempo pra fazer o que não fosse absolutamente necessário. "-Até parece que ela não tem tempo." É o que sempre pensava. Maldosa eu, hein?
Pois isso acontece! E cá estou eu hoje, sem conseguir um pouco do tal tempo pra ler meus blogs favoritos, atualizar meus e-mails, passear com minha cachorrinha...
Acho que quando mudei pra esta casa deixei o tempo na outra. SERÁ?
CARPE DIEM

domingo, 5 de julho de 2009

Voltando

E cá estou eu voltando, aos poucos, a ler meus blogs favoritos, responder aos e-mails recebidos, e ter uma vida internética quase normal.

CARPE DIEM

segunda-feira, 18 de maio de 2009

...e ela cresceu

Minhas filhas cresceram. Tornaram-se adultas bem resolvidas, profissionais competentes, pessoas bonitas por dentro e por fora (mãe é mãe).
Tenho muito orgulho delas. E muito orgulho de mim também. Por que não? Sei que errei algumas vezes, mas com certeza os acertos foram muitos maiores. Elas estão aí, pra confirmar isso.
Verena divide-se entre o emprego no BB e seu consultório de psicologia, lugar onde realmente se realiza.
Mirella é bióloga e professora, e incutiu em nós o respeito e preocupação com o planeta e o meioambiente. Há muito faz parte de nossas vidas reciclar e preservar.
E Raíssa, nossa caçula, inicia agora nova etapa de vida. Com a mudança definitiva dos pais pra Bela Vista de Goiás, ela vai morar sozinha. Sei que sua maturidade e responsabilidade serão fundamentais pra que ela tenha sucesso nessa nova empreitada. Mas fica um sentimento de abandono também. Afinal, não foi uma opção dela morar só. O que me acalma e alegra é ver sua empolgação em levar amigas pra ajudá-la a pintar o cantinho que escolheu, comprar os móveis , escolher coisas de nossa casa que ela faz questão de levar.
Suas irmãs e amigas organizaram um chá de cozinha pra ela, e pela quantidade de adereços incluidos em seu visual, acho que ela não acertou nenhum dos presentes.


Vevê, Rai e Mimi

A caçulinha de todos nós cresceu. E certamente vai saber ser "dona de seu nariz".

CARPE DIEM

domingo, 17 de maio de 2009

Eu e elas

Por fim encontrei Rosana!

Marina querida, sua filha mais velha e minha colega de trabalho por uns tempos, nos ajudou a realizar o feito. Rosana foi à Brasília pra assistir ao show de Caetano, e como eu estaria na cidade pra comemorar o niver da filha caçula preferida, decidimos que seria a ocasião perfeita. Confesso que eu estava muito ansiosa afinal, nos "falamos" quase que diariamente através de seu blog, do meu e do Guaraná.
Ela é exatamente como eu imaginava: um cadinho mais baixa que esta pessoa que escreve, super simpática e sem papas na língua. Gosto de pessoas assim.
Pena, mas muita pena mesmo, que poucos minutos depois de nos encontrarmos, surgiu um imprevisto e tive que ir embora.
Gentil como ela só, não me deixou partir sem antes tirarmos algumas fotos.
Tomara consiga eu visitá-la em Patos no mes de julho. Aí sim, conversaremos muito.
Foram poucos minutos juntas, mas fiquei muito feliz com o encontro.

Vejam que foto mais linda!


Euzinha, Rosanita e Marina

CARPE DIEM

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Guardados

Dedico o texto de hoje a todos os queridos guaranetes e alguns convidetes que "tão duramente me malharam, qual Judas num sábado de Aleluia", porque eu escrevi desprezar quem guarda ou coleciona tudo. De forma alguma estas linhas são uma reclamação, até porque o respeito que todos demonstraram por minha opinião me confirmou a solidez e transparência de nossa amizade, apesar de virtual. O verbo "malhar" foi usado de forma positiva, pois é isso (também) que fazemos uns com os outros no blog Guaraná

Neste fim de semana fui à Brasília pra iniciar os preparativos da mudança definitiva pra Bela Vista de Goiás. Já sabia que meu par, no pouco tempo disponível durante a semana, estava fazendo a parte dele embalando coisas, desmontando outras e organizando tantas mais.
(Esta é a 18ª mudança que fazemos, e somente duas foram feitas por empresas especializadas: ida e regresso do exterior. Todas as outras foram embaladas por mim, dos talheres aos quadros.)
Quando cheguei em casa, vi uma quantidade absurda de caixas esperando por mim. Não 4 ou 6 ou 10. Muuuuuuuitas. Meu par havia guardado TODAS as caixas de todos os utensílios, e eletrodomésticos (tem hífen?), e eletroeletrônicos. Alguns já se estragaram. Mas as caixas estavam lá. E nossa última mudança foi há 11 anos! E de repente, fiquei feliz ao perceber que o jogo de jantar que gosto tanto estará bem embalado, os copos de cristal, a máquina de fazer pão...
Caixinhas guardadas dentro de caixas, guardadas dentro de caixões.
A bem da verdade eu nem sabia que todas essas caixas estavam esperando por outra mudança. Sabia de algumas. Mas todas! Nem pensar!
E agora me vejo mordendo a língua, pois se ele não tivesse guardado todas essas caixas desnecessárias, que ocupam um espaço enorme, num sótão que eu nem visito, eu não estaria tão tranquila sabendo que minhas coisinhas estarão bem acondicionadas pra mais uma mudança. E ele que guarde tudo mais uma vez. Vai que a gente mude de novo!!!

Em tempo: Eu tenho uma coleção de bonecas.

CARPE DIEM

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bela Vista de Goiás


Felicidade, é uma cidade pequenina, uma casinha, uma colina
Qualquer lugar que se ilumina, quando a gente quer amar. (Moraes Moreira)

Como é bom ser feliz! Jamais pensei que me adaptaria tão facilmente à uma cidade pequena, simples, mas tão hospitaleira.
Há seis meses moro nesta cidade e só encontrei uma pessoa chata por aqui. Todos são atenciosos, gentis. Todos já me consideram "da família".
Claro que esta cidade não foge à regra das fofocas. Comprei uma casa num sábado à tarde, e na segunda-feira todos os conhecidos (e os desconhecidos também) já sabiam da compra, do local e até do preço pago por ela. Me paravam numa loja ou na padaria pra dizerem isso.
Não estranhei. Afinal, ao comprar um botijão de gás logo depois de mudar, o dono do depósito perguntou ao meu par: "- O senhor é o homem que vai montar a cerâmica?" Poucas pessoas sabiam sobre a fábrica de tijolos ecológicos por nosso intermédio. Mas a cidade toda já sabia. Em outros tempos acharia isso um absurdo, um "cuidar da vida dos outros". Hoje já não penso assim.
Sei que nossa chegada foi um evento e tanto. Gente de Brasília pra morar aqui!
Já estou bem adaptada. E agora, com o par vindo em definitivo pra Bela Vista, sei que esta nova etapa de nossas vidas será revigorante. Com maracujás, eucaliptos, mandiocas e tijolos ecológicos. E muita alegria. E muita felicidade.


CARPE DIEM

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cara nova

Mais uma vez mudei a carinha do blog.
Tantas mudanças acontecendo que achei legal mudar aqui também. Se eu cansar, volto.
Só não consegui sair do verde, minha cor predileta.

CARPE DIEM

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ontem e hoje

Eu gosto de preferir o hoje ao ontem mas...

Como não lembrar:
das filhas preferidas pequeninas que estavam sempre ao meu lado?
da comidinha deliciosa da mãezinha que fazia sempre o que eu gostava?
do beijo de despedida do namorado, no portão de casa, que parecia sempre ser o melhor da noite?
E como não lembrar do paizão, hoje ausente, que se desdobrava pra fazer tudo o que eu precisasse?

Lembro de todos esses ontens, e adoro os meus hojes:
estar sempre presente ao lado das filhas preferidas já adultas.
fazer as comidinhas deliciosas que elas gostam tanto.
continuar dando o beijo de despedida no mesmo namorado, só que na cama, antes de dormir.
procurar fazer tudo o que minhas filhas precisam, como meu pai fazia.

O ontem feliz me faz feliz hoje.

CARPE DIEM

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Recomeçando


No início de 75, numa curta viagem ao RJ, conheci um loiro de olhos azuis, paulista como eu, por quem me apaixonei à primeira vista. Casamos depois de dois anos e meio de namoro. Em 81 surgiu a oportunidade de mudarmos pra Brasília e eu nem pisquei. Disse a ele: "- Vou pra onde você for." E depois Curitiba. E novamente Brasília. E Sorocaba, onde compramos nossa primeira casa, o que me fez pensar: "- Agora vamos ancorar."
Mas ainda faltava Caracas, por quatro anos. Em todos esses lugares mudamos de casas duas ou três vezes. E novamente Brasília em 98, onde compramos outra casa depois de vender a primeira, o que me deu a sensação de "porto final". Depois de 6 anos, a filha mais velha preferida perguntou: - "Nunca mais nós vamos mudar?"
Diante da possibilidade remota de uma outra mudança ela decidiu: -"Então mudo eu." E foi morar sozinha.
E agora, depois de onze anos ancorados em Brasília, outra partida, outro recomeço. Casa em Brasília vendida, casa em Bela Vista comprada.
Tudo novo. Tudo diferente. A começar pela mudança sem as filhas queridas, que permanecem na capital federal. Depois o par, que resolveu abandonar a profissão e se dedicar em tempo integral à fábrica de tijolos ecológicos que estamos montando.
E eu, enquanto cuido das plantações, me pergunto: - "Haverá porto onde eu vá desmontar o navio?" Sei não.

CARPE DIEM

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Coisas que naturalmente se atraem

Mau humor e segunda-feira!
Mãos e seios
Olhos e bunda
Nariz e dedo
Mulher e vitrine
Homem e cerveja
Queijo e goiabada
Chifre e dupla sertaneja
Carro de bêbado e poste
Bebedeira e mulher feia
Tampa de caneta e orelha
Tornozelo e pedal de bicicleta
Jato de mijo e tampa de vaso
Leite fervendo e fogão limpinho
Político e dinheiro público
Dedinho do pé e ponta de móveis
Camisa branca e molho de tomate
Tampa de creme dental e ralo de pia
Café preto e toalha branca na mesa
Dezembro na Globo e Roberto Carlos
Chuva e carro trancado com a chave dentro
Dor de barriga e final de rolo de papel higiênico
Bom humor e SEXTA - FEIRA!!!

CARPE DIEM

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Lembranças e saudades

Das minhas lembranças:
- o gostinho dos lanches de pão com carne moída servidos no grupo escolar onde fiz o primário
- o Morro dos Cabritos, onde as crianças do bairro brincavam
- meu tio-avô Joaquim levando os cinco sobrinhos-netos pra escola
- a galinha Margarida da minha avó, que minha irmã matou de tanto abraçar forte a coitadinha
- as missas de domingo que a turma ia junto
- o trabalho voluntário na APAE e na AACD*
- a primeira vez que vi o loiro de olhos azuis por quem me apaixonei à primeira vista, e com quem estou até hoje
- bater o carro no portão na primeira vez que o tirei da garagem
- a casa de Águas da Prata
- amamentar cada uma das filhas preferidas pela primeira vez
- os jogos de buraco em Curitiba, regados à café com leite e pão caseiro

Das minhas saudades:
- o cheiro do travesseiro do meu pai
- os bailinhos na casa do Beto e do Hely
- as reuniões da ADB**, em Caracas
- as viagens com meu par e com as meninas
- a casa de Caracas, onde morei
- as feijoadas anuais que fazíamos
- encontrar mais vezes a melhor amiga
- meu pai e meu irmão
*AACD - Associação de Amparo à Criança Defeituosa
**ADB - Associación de Damas Brasileñas

CARPE DIEM

domingo, 5 de abril de 2009

Adoção no coração


Adoção é um ato de amor. E precisa ser amor incondicional. Um amor que faça a pessoa esquecer completamente que aquela criança é adotada, senão não funciona.
Quem é mãe ou pai, jamais pensa que o filho é biológico quando este faz algo que os entristece ou preocupa. Se o filho for adotivo, esse pensamento jamais poderá existir, senão...

Tenho uma amiga que adotou um casal quando ainda eram bebês. Por muitos anos ela sofreu com a possibilidade das crianças descobrirem. Claro que decobriram, e infelizmete se revoltaram.Hoje são adultos, mas o comportamento com os pais mudou. Tipo vaso quebrado com os cacos colados.

Minha filha mais velha sempre disse que gostaria de ter um filho biológico e adotar outro. Me orgulhava de sua determinação e me preocupava com a possibilidade do par escolhido por ela não aceitar isso. Mas... quando o namoro com o genro querido começou a engrenar ele perguntou a ela sua opinião sobre adoção e ela disse que adoraria adotar. E mais, que fosse uma criança negra, que são as mais preteridas. Coincidência? Sintonia? Destino? Não importa o que provocou o encontro dessas duas pessoas lindas. O que me deixa feliz é saber que terei lindos netinhos. De sangue e de coração.
Texto publicado no Guaraná com Canudinho em 03/04/09



CARPE DIEM

terça-feira, 31 de março de 2009

Novas amizades



Quando conheci a Marina, na clínica onde eu trabalhava, adotei essa garota por ter a idade de uma de minhas filhas, por termos a mesma profissão e por outros vários motivos.
Ela me ajudou a criar meu blog. Só isso seria suficiente para ser-lhe grata, pois me fez um bem imenso tornar-me blogueira. Mas ela também me apresentou ao Guaraná com Canudinho, e passei a interagir com os guaranetes, que são pessoas fantásticas. Descobri efetivamente esse lado delicioso da internet, que eu desconhecia. Os temas propostos e os temas livres são sempre interessantes e muitas vezes hilários. Fui gentilmente convidada a postar algumas vezes, participei do amigo secreto/oculto/invisível no final do ano e passei a ser uma "visitete" assídua. Lá conheci a Haline, a Paulinha, o Rafa, o Genisvaldo, a Jéss, a Laurinha e tantos outros e re-conheci a Rosanita. Interessante que todos são amigos virtuais, já que pessoalmente, só conheço a Marinete e vi a Rosanita uma única vez. E depois de um tempo, mais um presente lindo do Guaraná: a Flávia. Já nos havíamos comunicado através de nossos blogs, mas atualmente nos "falamos" também através do MSN e os papos são sempre muito bons. Pessoa mais meiga, gentil, sincera. E canta. Canta muito!!! Ouvi algumas músicas interpretadas por ela e virei fã. E por intermédio dessas pessoas e seus blogs, conheci outras tantas, alguns poetas, alguns escritores...E agradeço então à Marina, que saiu de Patos pra me conhecer e me apresentar ao Guaraná, que me apresentou a todas essas pessoas que me são muito queridas. Gracias! Thank's! Merci!


CARPE DIEM

segunda-feira, 23 de março de 2009

Isso dá um trabalho!


720 pés de maracujá. Irrigação por gotejamento. Fita pra cada pé.

O sistema de irrigação por gotejamento é ótimo, mas há que se furar as mangueiras pra instalar os gotejadores, um em cada cova, e ninguém avisou que isso não deve ser feito com o sol a pino, já que as mangueiras laceiam com o calor. Todas foram esticadas e furadas e tiveram os gotejadores instalados, desde cedo até o final da tarde de vários dias. Sendo assim, algumas delas foram preparadas com o astro rei bem em cima de nossas cabeças.
Conclusão: estavam "amolecidas"e depois que o sol se foi, encolheram. Tivemos que refazer. Dois trabalhos. E quem ajudou a esticar as mangueiras? Euzinha aqui. Mesmo usando luvas, não há como evitar as bolhas nas mãos.
Cada pé de maracujá deve ter uma fita amarrada nos arames, bem na direção da cova. Amarra-se em cima e depois embaixo. 720 pés=1440 amarrações. 1,60m do solo a amarração superior e 20cm a inferior. Abaixa e levanta. Abaixa e levanta. Abaixa...Quem fez isso? Euzinha aqui. Não sei o que dói mais: as pernas, as costas ou os braços.
O resultado final é bastante interessante, mas a dedicação tem que ser constante, já que é uma cultura melindrosa e de um dia pro outro lá estão os cupins e as formigas.
Todos os dias reviso cada um dos 720 pés em busca dessas pragas e outras tantas.
Depois há que se fazer a desbrota, e deixar só duas ramas pra que ele se fortaleça. Quem? Eu.
Não há chapéu que refresque o "côco" nem protetor solar que dê conta.
Na identidade tenho 53, na maneira de encarar a vida 30, mas no corpo... me sinto com 109.
Mas quem disse que seria fácil?



CARPE DIEM

terça-feira, 17 de março de 2009

Prazer pela metade


Não consegui descobrir a autoria do texto (mas poderia ser de qualquer mulher)

Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de "fácil").
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar loucamente aquele cara gostoso, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em "acertar", tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão... Às vezes dá vontade de fazer tudo "errado". Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e um homem gostoso, nu, embrulhado pra presente. OK ? Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.


CARPE DIEM

quarta-feira, 11 de março de 2009

O som da chuva

Sempre morei em cidades grandes, e mesmo que fosse em bairros tranquilos, havia toda sorte de sons diários e característicos: buzinas, carros passando na rua, uma sirene lá longe, um avião no céu. Vez ou outra um passarinho.
Aqui, tudo é muito diferente, ou melhor, os sons são diferentes. Todas as manhãs acordo com uma sinfonia de papagaios avisando que "tá na hora de acordar". Quando algum morador passa pro andar de cima, o carro de som circula com uma música fúnebre avisando o passamento e informando local e hora do velório e sepultamento.
Chego ao sítio pouco depois das 7 da manhã todos os dias, e pelo caminho vou cruzando com muuuitos cachorros de rua. Cachorros de interior pois nem se preocupam em correr atrás do carro. Aliás, tem um cachorrinho que já deve ter morado em cidade grande, pois insiste em sair correndo de sua casa e me assustar com seu latido. INSISTIA. Depois que descobri onde ele mora, passei a frear rápido quando chego em frente à sua casa, frustrando o danadinho. É, eu também tenho um lado sacana. No sítio, alguns sons são constantes como o mugido das vacas das fazendas vizinhas, ou o som agradável de um pássaro chamado por aqui de Curicaca.
Mas nenhum som é mais fantástico do que o som da chuva chegando. Nas cidades grandes o céu escurece e a chuva cai. Em Bela Vista isso também acontece. Mas no sítio, a apenas 5 km do centro da cidade, pode-se ouvir a chuva chegar. Vou explicar: eu estava fazendo as amarrações no maracujal (assunto pra outro post) quando percebi que o tempo estava mudando. O rapaz que trabalha pra mim disse: "- A chuva vai chegar logo, olha o barulho." Agucei meus ouvidos, me concentrei, e consegui ouvir a chuva chegando. Sem raios, sem trovões. O barulho da chuva caindo na terra das fazendas, nas árvores. Chegando. A cada metro que aquela cortina cinza se aproximava, aquele som aumentava. Como se alguém estivesse aumentando o volume bem devagarinho. Como naqueles filmes que têm uma cena onde um som começa baixinho e vai aumentando à medida que algo se aproxima, e termina retumbante. Quando a chuva chegou, abrigados no galpão, eu quase não podia ouvir o que o rapaz falava.
E me emocionei. Jamais imaginei que um dia pudesse ouvir um som tão diferente. E tão bonito.
A cada dia que passo aqui, aprendo algo sobre a terra, as formigas, os cupins, como saber se vai chover olhando a lua. Nada até agora foi mais bonito do que aprender a ouvir o som da chuva que ainda não chegou. E estou aprendendo ainda mais a respeitar a natureza.

CARPE DIEM

domingo, 8 de março de 2009

Dia da minha sogra

Desde 1910 que esse dia é considerado o Dia Internacional da Mulher.
Pra mim, desde 1977 esse dia é o Dia do Aniversário da minha Sogra.
Adoro minha sogra. Ela é pra mim uma super sogra, quase mãe, que procura me agradar de todas as maneiras possíveis. Infelizmente moramos longe, há 1.100 km entre nós.
Mas procuro sempre falar com ela, às vezes mais até que seu filho. Minha filha caçula preferida é a cara da avó, e eu sempre brinco dizendo:
- Já pensou olhar pra cara da filha todo dia e lembrar da sogra? Ainda bem que gosto da minha!
Sempre que sabe que meu par vai a São Paulo, ela compra coisinhas pra mandar pra todas nós, minhas filhas e eu. E meu presente é o mesmo há anos: dois pacotes de balas de goma. ADORO.
Jamais comprei dessas balinhas pra mim. Só como as que ela me manda, pois têm um sabor especial.
Há 31 anos casada com seu filho, o início de nosso diálogo por telefone é o mesmo, nesse tempo todo.
Ela: -Pronto! (com um sotaque levemente italiano)
Eu: -Tá pronta? Tá pronta pra quê?
Ela: - Oi queridona!
Eu: - Oi sogrinha!
Antigamente, onde quer que eu morasse, ela nos visitava por 15 ou 20 dias pelo menos duas vezes por ano. Atualmente ela não quer mais viajar só e passou a ter medo de avião.
Lamento profundamente não tê-la mais perto, principalmente agora que tem a saúde tão fragilizada.
Pra mim, além de ser uma mulher muito bonita, com um nariz perfeito (que nenhum filho ou neta herdou) e maravilhosos olhos azuis, ela também é uma mulher dócil, gentil, frágil, carente e muito, mas muito querida.
Tomara pudesse trazê-la pra passar alguns dias comigo aqui em Bela Vista.
Enquanto isso não acontece...

FELIZ DIA INTERNACIONAL DA SENHORA!!!
FELIZ ANIVERSÁRIO SOGRINHA QUERIDA!!!

CARPE DIEM

sexta-feira, 6 de março de 2009

TOP 5




1- O que me faz feliz:
filha ligando pra dizer que sentiu saudades
acordar com passarinhos
falar com minha mãezinha
tomar sorvete num dia quente
viajar pra qualquer lugar
2- O que pretendo fazer um dia:
trabalho voluntário
aprender italiano e francês
dirigir um caminhão
viajar no trem da morte
ir a um jogo do Corinthians
3- O que não gosto de comer:
tomate crú
dobradinha
rim de boi (ou de vaca, claro!)
graviola
miúdos de galinha
4- O que não gosto de ouvir:
carro passando na rua com som alto
cachorro do vizinho latindo a noite inteira
sirene de polícia
briga entre pais e filhos
minha barriga roncando de fome
5- O que ainda vou ter:
um jaguar XJ-6 (sonha , sonha!)
um chalé nas montanhas
uma chuva de netos
uma casa com a minha cara
um marido aposentado
CARPE DIEM

quarta-feira, 4 de março de 2009

É incrível como para algumas pessoas nada do que os outros fazem é bom o bastante.

terça-feira, 3 de março de 2009

Meu neto será o quê?



Minha filha do meio preferida tem sangue negro, árabe, português, italiano e lituano. Seu par tem sangue okinawano, italiano e alemão. Quando eles tiverem um filho ele será um "legítimo" lusoítaloárabeokinawanogermanolituanoafricanobrasileiro

É, tá de bom tamanho. Miscigenação é isso.

CARPE DIEM

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Aos homens

Ainda é possível encontrar homens machistas que insistem em diminuir as mulheres num bate-papo.
Àqueles que sempre dizem que as mulheres só atrapalham o trânsito eu sugeriria que "desaprendessem " a dirigir com elas, afinal, mulheres não matam pessoas participando de rachas, não dirigem bêbadas , nem provocam terríveis acidentes nas estradas.
Àqueles que, por qualquer motivo dizem:"Ih! ela tá na TPM" eu desejaria que, por 6 meses seguidos, eles sentissem as terríveis enxaquecas pré-menstruais, passassem pela real TPM, ou sofressem com as cólicas. E depois disso, voltassem a ter bom humor, mesmo sabendo que em 28 dias passarão por isso novamente. E novamente.
Àqueles que acham que as mulheres são "moles" e cheias de frescura, eu gostaria que parissem pelo menos uma vez na vida e admitissem que somos muito "machos" por aguentar essa dor.
Mas como toda regra tem exceção, existem os que não se importam de trocar um pneu (mesmo sabendo que elas sabem), os que assistem a filmes românticos e não têm vergonha de chorar, os que matam baratas. Os que realmente torcem pela igualdade dos sexos sem deixarem de ser cavalheiros. A esses eu desejaria que parissem, não pela dor, mas pela indescritível felicidade de dar a vida a um ser. Gostaria que pudessem receber, pelo menos uma vez na vida, o olhar que um bebê dirige à mãe enquanto está sendo amamentado. A esses homens, meu respeito e minha admiração.

CARPE DIEM

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

10 desejos impossíveis

-Perder o medo de água e de altura.
-Enviar Cid Moreira, Nana Caymmi e Sérgio Malandro pra Sibéria, sem retorno.
-Conhecer a Europa sem precisar andar de navio ou avião.
-Mobiliar e decorar uma casa do meu jeito.
-Protagonizar um filme tendo Richard Gere como par romântico.
-Ter uma voz afinada e cantar em barzinhos noturnos, acompanhada de um violão.
-Ir aos parques da Disney todos os anos.
-Que alguém componha uma música tendo euzinha como inspiração.
-Que o Rodrigo Lombardi olhe pra mim e diga: "Você é a mulher dos meus sonhos".
-Ressuscitar Fred Mercury, Frank Sinatra, Elis e Jessé.
CARPE DIEM

A filha caçula (também preferida)


RAÍSSA - Há várias origens. No árabe, é o feminino do nome Rais, que significa líder. Já em iídiche, quer dizer rosa. Em francês, significa pensadora. Mas também existe uma versão russa, que vem do grego rhaion, interpretada como livre, despreocupado.
Seja qual for a origem ou o significado, minha Raíssa é tudo isso e muito mais.
Faz questão de saber o nome das pessoas que a atendem pra depois agradecer-lhes dizendo seu nome.
Pega todos os panfletos que lhe oferecem em consideração aos que trabalham sob sol e chuva.
Cumprimenta a todos, sem exceção, do diretor ao servente.
Ajuda um idoso ou um deficiente a atravessar a rua.
Fez metade do curso de arquitetura, e diz que se achou no de administração.
Bem-humorada, é amiga pra toda a vida de quem merece. É líder sem pretender.
É uma excelente boleira. E gosta de MPB. E de forró. Pode?
Quando erro alguma coisa ou me esqueço de algo diz: "ÔÔÔ Cabeça!!!"
Tem 22 anos e por muitas, mas muitas vezes, foi mãe no lugar de filha.
Não tem pra ninguém. Ela é minha!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mirella - A filha do meio preferida


Mirella e Mimi. Não duas pessoas, mas dois lados de uma pessoa só.
- Profissional dedicada em frente a um quadro negro. Gosta de todos os jogos de tabuleiro.
- Tem tudo do pai. É a cara da mãe.
- Guerreira numa festa medieval. Gaijin num grupo oriental.
- Professora simples e despojada pela manhã. Esposa cuidadosa à noite.
- Tem duas irmãs: a mais velha e a caçula.
- Fera em informática. Competente em biologia.
- Gosta de todos os animais. Mas adora mesmo suas gatinhas Laila e Trix.
- A voz enérgica que repreende um aluno é a voz suave que elogia outro.
- Gentil e estudiosa. Alegre e companheira.
- Corinthiana de corpo e alma.
- As mãos fortes que tocam taiko são as mãos delicadas que fazem origami. E bordam.
- Às vezes é a fera. Jamais deixa de ser a bela.
Tenho um orgulho imenso de ser mãe dessa garota de 27 anos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Verena


A filha mais velha preferida. Que tem no companheiro querido o nome que seria dela se tivesse nascido menino: Fábio.
Menina gordinha que chamava bolacha de "cóin cóin" e fazia o avô se derreter por ela.
"Meio" desligada, já foi a um show em Sampa e deixou os ingressos em Brasília. E depois de enviados pra lá, foi pro estádio sem eles. Só ela!
Chorou semanas quando se mudou pra Venezuela, e outras tantas quando teve que voltar.
Adora berinjela e é especialista em risotos.
Super descolada no modo de se vestir, é vitrine de alguns estilistas em ascensão.
Tão responsável na profissão que a sustenta quanto competente na profissão que a realiza.
Meiga, alegre e feliz. É um prazer ser mãe dessa menina de 30 anos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Meu pai

Meu pai era um homem especial. Lindo de morrer, olhos verdes, bem galã de cinema. Fazia de tudo pela família. Pra ele, tudo poderia faltar, menos bons médicos e melhores escolas. E nunca nos faltou nada. Honesto e trabalhador foi, por muitos anos, um boêmio de carteirinha. Conheceu e foi amigo de muitos cantores e músicos da noite, numa época em que estes não tinham valor algum. Daí vem meu gosto por uma reunião onde haja um violão e onde eu possa cantar "sem medo de ser feliz".
Tinha o costume de apresentar as filhas por números. Ele dizia: " Esta é minha filha nº2. Esta é a nº4." Outras vezes dizia que tinha em casa 4 notas promissórias e um cheque ao portador, referindo-se ao meu irmão.
Em sua empresa de transportes, ele colocou o nome de cada filha em cada uma das carretas que possuía. Quando precisava de uma delas se comunicava com a garagem e soltava: "Sobe a Heloisa Helena. Dentro de 20 minutos pode subir a Vera Lúcia". Quando fui trabalhar com ele na empresa me acostumei com isso e percebi que houve muito carinho da parte dele em nomear suas carretas com nossos nomes.
Minha relação com ele nem sempre foi fácil. Por causa da maneira como foi criado, ele tinha muita dificuldade de externar seus sentimentos. Mudou muito depois que as netas nasceram. Muitas vezes, quando eu o via acarinhando ou beijando as netas, principalmente minha filha mais velha, eu sentia um misto de raiva, inveja e mágoa, por quase nunca ter recebido essas demonstrações de carinho. Ele se desdobrava pra ajudar as filhas mesmo depois de casadas, e sei que eu fui a que mais ajuda recebeu. E fui a única que saiu de perto da família. Foi muito triste pra ele quando levei pra longe sua neta mais querida. Naquela época eu não conseguia dimensionar a sensação de abandono que a distância provoca. Em alguns momentos a saudade pode dilacerar um coração. Hoje, tenho plena consciência que meu pai sentia muito amor por todas nós. Quisera eu voltar no tempo, mas com a vivência e maturidade de meus 53 anos, e dizer a ele tudo o que me vai n'alma. Isso, com certeza, me faria uma mulher mais feliz.

CARPE DIEM

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...


Que bom que existem os poetas, que escrevem o que nos vai na alma mas não conseguimos externar.

CARPE DIEM

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Os dois lados da chuva






Ontem, depois de passar um agradável fim de semana em Brasília, peguei a estrada rumo à Bela Vista. Fiquei feliz ao ver no horizonte, lá longe, a chuva que caía. Boa pra minha lavoura, certamente estaria molhando as covas do maracujá, e fortificando e alimentando a terra já preparada pra receber as mudas. Os eucaliptos já plantados também se beneficiariam. Tentei imaginar em que local da estrada me encontraria com ela, e na metade do trajeto ela chegou. Não uma chuva ou um temporal. Um dilúvio, que não me permitia ver nada além de 4 ou 5 metros. Uma imensa parede cinza que me obrigou a andar a 60 km/h. Busquei com calma um posto ou quiosque que me possibilitasse parar e esperar, mas naquele trecho da estrada não encontrei nenhum. Havia muita água na pista e eu me concentrava em manter o controle do carro. Foram vinte minutos de muita atenção. E muita tensão. Vinte kms adiante o céu abriu (ou fechou?) e o restante da viagem foi moleza.
Como pode a mesma chuva ter dois lados tão distintos: ser tão bendita para as lavouras e tão apavorante numa estrada?

CARPE DIEM

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um mundo novo







É muito interessante como a vida da gente pode mudar tanto, sem que haja necessariamente um acontecimento sério para que isso ocorra.
Se, há algum tempo, alguém me dissesse que um dia eu entenderia de calcário, adubo, esterco, sementes e mudas, eu mandaria internar. E hoje estou eu aqui, fascinada por esse mundo novo que cheira mal se o esterco é de galinha e cheira bem se o esterco é de vaca. Um mundo onde a resistência do eucalipto e da mandioca se contrapõe ao melindre do maracujá. Um mundo onde uma pessoa com pouquíssimo estudo tem um conhecimento absurdo daquilo que faz, e uma sabedoria "folclórica" invejável.
Graças a essas pessoas tão simples e humildes, mas muito experientes, estou dando meus primeiros passos na agricultura. O conhecimento delas é imenso e não foi conseguido na escola, mas com a dura lida de agricultor. Tez queimada e ressequida que, invariavelmente, acrescenta mais anos à pessoa do que sua identidade registra. Mãos grossas e calejadas que mexem numa mudinha com a mesma delicadeza com que se mexe na asa de uma borboleta. Voz mansa e pausada que teima em chamar a todos de Dr. Essas pessoas não percebem que os doutores são eles. Aliás, eles nem sabem que o são. Tenho tido uma sede de conhecimento incrível! E muitas pessoas, quer estejam ligadas diretamente ao nosso projeto ou não, têm me ensinado alguma coisa. Um comentário, uma dica ou uma opinião acrescentam algo ao meu parco conhecimento.
Não sei se conseguirei saber tudo o que gostaria, mas já sei muito mais do que poderia imaginar.

CARPE DIEM

Como cheguei aqui

Há pelo menos dois anos meu par começou a buscar o que fazer depois que se aposentasse. Ele tem 58 anos e muito gás ainda pra gastar. Ele passou pela criação de avestruzes, apicultura, determinadas espécies de cogumelos, árvores nobres e chegou aos tijolos ecológicos. Pesquisou muito, estudou bastante e decidiu que esse seria um bom filão de mercado, nestas paragens do planalto central. Como tínhamos o hábito de viajar sempre pra Goiânia, um belo dia resolvemos sair em busca de uma cidade nas imediações, que fosse simpática, pequena e relativamente perto de Brasília (onde moram nossas filhas preferidas) pra comprarmos "um pedaço de chão". Nossa idéia era conhecer várias cidades e, pra isso, escolhemos uma das saídas de Goiânia. Passamos batido por Senador Canedo e chegamos em Bela Vista. Esta cidade tem três entradas e por nenhum motivo especial entramos na última. Nessa primeira rua encontramos uma imobiliária e perguntamos por algum sítio que estivesse à venda. Nos mostraram dois, e nos encantamos pelo segundo. Compramos.
Foi tudo tão rápido e fácil que nos surpreendemos. Começava assim meu vínculo com Bela Vista.
As outras cidades? Um dia nos conhecerão.

CARPE DIEM

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Casa montada


Quando alugamos uma casa em Bela Vista compramos o básico de cozinha e trouxemos duas camas de solteiro que já tínhamos. Ganhei duas cadeiras dessas típicas de interior, com trançado de plástico, e decidimos esperar que a filha do meio preferida casasse, pois com isso, teríamos alguns móveis liberados. O casamento passou, e por motivo nenhum, fomos protelando a mudança.
Mas faz três meses que vivo mais cá do que lá e comecei a sentir falta das coisas. Então, neste último fim de semana, decidimos.
...e depois de alguns meses "meio" acampada, minha mudança chegou. Agora tenho guarda-roupa, cama, escrivaninha, sofá...Que delícia sentar num sofá! Mesinha de canto, tapete, criado-mudo. É tão comum termos todos esses móveis em casa que não nos damos conta da falta que fazem.
Assistir televisão escarrapachada num sofá é tudo de bom!
Agora posso retribuir os vários cafezinhos com bolo que já tomei nesta cidade tão acolhedora.

CARPE DIEM

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bela Vista de Goiás

As cidades de interior têm algumas características muito particulares e Bela Vista não foge à regra.
Aqui, as pessoas desprezam as calçadas e caminham sempre pelas ruas (às vezes me pego fazendo a mesma coisa) fazendo com que os carros, muitas vezes, tenham que desviar de pessoas e não de outro veículo.
Jamais vi tantas carroças atrapalhando o trânsito. Não que tenhamos muitos carros, mas é que as ruas são bastante estreitas.
Aqui não há nenhuma dessas lanchonetes conhecidas como Mc Donald's, Bob's e afins. Mas todas as lanchonetes que existem são chamadas de "Pit Dogs". Na praça central da cidade havia 4 pit dogs, um em cada esquina. O prefeito que acaba de deixar o cargo resolveu inovar e ergueu uma "praça de alimentação" no local, reunindo todos os pit dogs. Alguns deles têm lanches deliciosos.
Outra característica desta cidade é o costume de comer churrasquinho. Durante todo o dia há algum churrasqueiro de prontidão. Em quase todos eles o churrasquinho é servido com molho, pimenta e farinha e vem acompanhado de mandioca cozida e feijão tropeiro. Uma delícia.
Agora, o que aconteceu nesta madrugada supera qualquer outra característica de cidade de interior. Moro a uma quadra da praça central então, tudo o que acontece por lá pode ser ouvido por aqui. Às cincos horas da madrugada acordei assustada com o barulho de rojões e uma quantidade absurda de fogos de artifício. Tocava uma música que eu já tinha ouvido em desfiles militares e eu não conseguia entender o que estava acontecendo. De repente os fogos diminuiram, e pra minha surpresa, ouvi nos alto-falantes da praça a seguinte frase: "Povo belavistense! Estamos iniciando a Festa dos santos padroeiros da cidade São Benedito e Santa Irene. Espero todos os cidadãos para a missa de abertura das comemorações às 5:30 na igreja. E viva São Benedito e viva Santa Irene!" E mais fogos. Quando tive certeza que tudo havia acabado, olhei no relógio e percebi que ouvi 11 minutos de fogos de artifício em plena 5 horas da madrugada. Peculiaridades de uma pequena cidade de interior.



CARPE DIEM