quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bela Vista de Goiás


Felicidade, é uma cidade pequenina, uma casinha, uma colina
Qualquer lugar que se ilumina, quando a gente quer amar. (Moraes Moreira)

Como é bom ser feliz! Jamais pensei que me adaptaria tão facilmente à uma cidade pequena, simples, mas tão hospitaleira.
Há seis meses moro nesta cidade e só encontrei uma pessoa chata por aqui. Todos são atenciosos, gentis. Todos já me consideram "da família".
Claro que esta cidade não foge à regra das fofocas. Comprei uma casa num sábado à tarde, e na segunda-feira todos os conhecidos (e os desconhecidos também) já sabiam da compra, do local e até do preço pago por ela. Me paravam numa loja ou na padaria pra dizerem isso.
Não estranhei. Afinal, ao comprar um botijão de gás logo depois de mudar, o dono do depósito perguntou ao meu par: "- O senhor é o homem que vai montar a cerâmica?" Poucas pessoas sabiam sobre a fábrica de tijolos ecológicos por nosso intermédio. Mas a cidade toda já sabia. Em outros tempos acharia isso um absurdo, um "cuidar da vida dos outros". Hoje já não penso assim.
Sei que nossa chegada foi um evento e tanto. Gente de Brasília pra morar aqui!
Já estou bem adaptada. E agora, com o par vindo em definitivo pra Bela Vista, sei que esta nova etapa de nossas vidas será revigorante. Com maracujás, eucaliptos, mandiocas e tijolos ecológicos. E muita alegria. E muita felicidade.


CARPE DIEM

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cara nova

Mais uma vez mudei a carinha do blog.
Tantas mudanças acontecendo que achei legal mudar aqui também. Se eu cansar, volto.
Só não consegui sair do verde, minha cor predileta.

CARPE DIEM

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ontem e hoje

Eu gosto de preferir o hoje ao ontem mas...

Como não lembrar:
das filhas preferidas pequeninas que estavam sempre ao meu lado?
da comidinha deliciosa da mãezinha que fazia sempre o que eu gostava?
do beijo de despedida do namorado, no portão de casa, que parecia sempre ser o melhor da noite?
E como não lembrar do paizão, hoje ausente, que se desdobrava pra fazer tudo o que eu precisasse?

Lembro de todos esses ontens, e adoro os meus hojes:
estar sempre presente ao lado das filhas preferidas já adultas.
fazer as comidinhas deliciosas que elas gostam tanto.
continuar dando o beijo de despedida no mesmo namorado, só que na cama, antes de dormir.
procurar fazer tudo o que minhas filhas precisam, como meu pai fazia.

O ontem feliz me faz feliz hoje.

CARPE DIEM

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Recomeçando


No início de 75, numa curta viagem ao RJ, conheci um loiro de olhos azuis, paulista como eu, por quem me apaixonei à primeira vista. Casamos depois de dois anos e meio de namoro. Em 81 surgiu a oportunidade de mudarmos pra Brasília e eu nem pisquei. Disse a ele: "- Vou pra onde você for." E depois Curitiba. E novamente Brasília. E Sorocaba, onde compramos nossa primeira casa, o que me fez pensar: "- Agora vamos ancorar."
Mas ainda faltava Caracas, por quatro anos. Em todos esses lugares mudamos de casas duas ou três vezes. E novamente Brasília em 98, onde compramos outra casa depois de vender a primeira, o que me deu a sensação de "porto final". Depois de 6 anos, a filha mais velha preferida perguntou: - "Nunca mais nós vamos mudar?"
Diante da possibilidade remota de uma outra mudança ela decidiu: -"Então mudo eu." E foi morar sozinha.
E agora, depois de onze anos ancorados em Brasília, outra partida, outro recomeço. Casa em Brasília vendida, casa em Bela Vista comprada.
Tudo novo. Tudo diferente. A começar pela mudança sem as filhas queridas, que permanecem na capital federal. Depois o par, que resolveu abandonar a profissão e se dedicar em tempo integral à fábrica de tijolos ecológicos que estamos montando.
E eu, enquanto cuido das plantações, me pergunto: - "Haverá porto onde eu vá desmontar o navio?" Sei não.

CARPE DIEM

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Coisas que naturalmente se atraem

Mau humor e segunda-feira!
Mãos e seios
Olhos e bunda
Nariz e dedo
Mulher e vitrine
Homem e cerveja
Queijo e goiabada
Chifre e dupla sertaneja
Carro de bêbado e poste
Bebedeira e mulher feia
Tampa de caneta e orelha
Tornozelo e pedal de bicicleta
Jato de mijo e tampa de vaso
Leite fervendo e fogão limpinho
Político e dinheiro público
Dedinho do pé e ponta de móveis
Camisa branca e molho de tomate
Tampa de creme dental e ralo de pia
Café preto e toalha branca na mesa
Dezembro na Globo e Roberto Carlos
Chuva e carro trancado com a chave dentro
Dor de barriga e final de rolo de papel higiênico
Bom humor e SEXTA - FEIRA!!!

CARPE DIEM

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Lembranças e saudades

Das minhas lembranças:
- o gostinho dos lanches de pão com carne moída servidos no grupo escolar onde fiz o primário
- o Morro dos Cabritos, onde as crianças do bairro brincavam
- meu tio-avô Joaquim levando os cinco sobrinhos-netos pra escola
- a galinha Margarida da minha avó, que minha irmã matou de tanto abraçar forte a coitadinha
- as missas de domingo que a turma ia junto
- o trabalho voluntário na APAE e na AACD*
- a primeira vez que vi o loiro de olhos azuis por quem me apaixonei à primeira vista, e com quem estou até hoje
- bater o carro no portão na primeira vez que o tirei da garagem
- a casa de Águas da Prata
- amamentar cada uma das filhas preferidas pela primeira vez
- os jogos de buraco em Curitiba, regados à café com leite e pão caseiro

Das minhas saudades:
- o cheiro do travesseiro do meu pai
- os bailinhos na casa do Beto e do Hely
- as reuniões da ADB**, em Caracas
- as viagens com meu par e com as meninas
- a casa de Caracas, onde morei
- as feijoadas anuais que fazíamos
- encontrar mais vezes a melhor amiga
- meu pai e meu irmão
*AACD - Associação de Amparo à Criança Defeituosa
**ADB - Associación de Damas Brasileñas

CARPE DIEM

domingo, 5 de abril de 2009

Adoção no coração


Adoção é um ato de amor. E precisa ser amor incondicional. Um amor que faça a pessoa esquecer completamente que aquela criança é adotada, senão não funciona.
Quem é mãe ou pai, jamais pensa que o filho é biológico quando este faz algo que os entristece ou preocupa. Se o filho for adotivo, esse pensamento jamais poderá existir, senão...

Tenho uma amiga que adotou um casal quando ainda eram bebês. Por muitos anos ela sofreu com a possibilidade das crianças descobrirem. Claro que decobriram, e infelizmete se revoltaram.Hoje são adultos, mas o comportamento com os pais mudou. Tipo vaso quebrado com os cacos colados.

Minha filha mais velha sempre disse que gostaria de ter um filho biológico e adotar outro. Me orgulhava de sua determinação e me preocupava com a possibilidade do par escolhido por ela não aceitar isso. Mas... quando o namoro com o genro querido começou a engrenar ele perguntou a ela sua opinião sobre adoção e ela disse que adoraria adotar. E mais, que fosse uma criança negra, que são as mais preteridas. Coincidência? Sintonia? Destino? Não importa o que provocou o encontro dessas duas pessoas lindas. O que me deixa feliz é saber que terei lindos netinhos. De sangue e de coração.
Texto publicado no Guaraná com Canudinho em 03/04/09



CARPE DIEM