Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar...
Se eu me debater aflito no conflito, na discórdia...
Se ainda ocultar verdades para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...
Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui possuir,
Fazer, dizer e mesmo ser...
Se eu retiver um pouco mais do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento, algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar, e mais ainda...
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...
Se continuar a, mediocremente, denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave em meu próprio...
Se seguir protestando, reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...
Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto e simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...
Se, ainda incapaz para a beatitude das almas santas,
Precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...
Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...
Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta, e eu neles ainda acredito...
Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando adquirir, multiplicar,
E reter valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...
Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...
Se, ao fim de meus dias, continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo que, dentro de mim eu sou...
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos.
Os talentos que a vida a todos confia.
E serei um fraco a mais.
Um traidor da própria vida,
Da vida que investe em mim.
Que de mim espera, e que se vê frustrada diante de meu fim.
Se tudo isto acontecer, terei parasitado a vida.
E, inutilmente, ocupado o tempo e o espaço de Deus.
Terei meramente sido vencido pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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5 comentários:
Olá, faz tempo que não passo mais aqui mas é a correria danada da contabilidade. Adorei o texto!
Beijos, boa tarde,
To tão lesada que respondi seu comentario no meu blog rs.
Eu li o post seu anterior de aniversário? É mesmo? Se for quero que você tem um feliz aniversário, cheio de coisas boas viu!
Se não for ta valendo o desejo por coisas boas rs.
Helo essa receita de pavê dá briga de colher pelo ultimo pedacinho! Passe seu mail que eu mando sim!
Beijo.
Eu diria "sincronicidade" Helô!
E que haja, um dia, a sincronia de todo "um mundo" por seres como Hermógenes...
Adorei o visual novo do blog! Adoro mudanças!!! Parabéns!!
a meta deveria ter sido atingida!
Helô, foi seu aniversário ontem mulher!!! E naquele rolo de comentários do Guaraná, eu não li isso (aliás, li hj somente).
Parabéns!!! Muita luz e que este ano venha como mais uma chance de você realizar tudo que deseja, tudo que acha necessário para você e para todos à sua volta. Que você aproveite a oportunidade de se conhecer cada vez mais e encontre tua força interior, esta força que nos traz paz e muita garra, para nos mantermos um nível de energia sempre positivo!!
Namastê minha querida!
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