sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Um verdadeiro campeão


Muito se tem dito sobre as olímpiadas e nossa participação nos jogos.
Não há como não ter uma "pontinha" de inveja das zilhões de medalhas que ganham EUA, China, Romênia, Japão...
Mas também não há como não perceber as diferenças gritantes entre todos esses países e nosso Brasil varonil.
Espero que os brasileiros tenham visto a incrível reportagem feita sobre uma escola de atletas na China (em regime de internato). As crianças chegam aos 6 anos e permanecem lá até os 27 para estudar e treinar. Claro que eles têm os fins de semana para estarem com as famílias (que muitas vezes não vão às visitas pra não tirarem o foco das crianças/jovens/quase adultos).
Como não saber dos colégios e universidades americanas que presenteiam alguns alunos com bolsas de estudo integrais em troca de uma dedicação total ao esporte?
Pois é.
Nosso atleta Sandro Viana vendeu tudo em sua cidade no Nordeste pra poder ir a São Paulo treinar. Quase perdeu a esposa pois a aliança de casamento entrou no pacote de vendas.
Nosso grande judoca Eduardo Santos, que tenho certeza era um completo desconhecido para todos os brasileiros incluindo a mim,
chegou à faixa marrom aos 14 anos, mas nunca teve dinheiro pra fazer o "exame" (que custa a bagatela de R$ 1.500,00) e passar à faixa preta.
Somente este ano, aos 25 anos, e depois de ter-se classificado para as Olimpíadas, é que conseguiu a isenção do pagamento e fez o exame. E claro, passou.
Ao perder a medalha de bronze, pediu perdão ao país por "não ter tido competência para ganhar" (palavras dele). Como assim, não teve competência? E quem, neste país, tem competência pra pensar isso de um atleta como ele?
Ouvi de um brasileiro como Sandro e Eduardo, como você e eu, que para o número de atletas que o Brasil leva às Olimpíadas, traz poucas medalhas.
Não é assim que devemos pensar. O pensamento deve ser: para o descaso com que o Brasil trata a maioria de seus atletas, eles trazem medalhas demais.
Tenho orgulho de ser brasileira e ter nascido na mesma pátria mãe gentil de tantos Eduardo Santos, que não trazem no pescoço uma medalha de ouro/prata/bronze, mas trazem no peito, apesar de tudo, um coração brasileiro cheio de amor, respeito e orgulho. E resignação.
Parabéns para nossos campeões.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei um tempo sem aparecer e fui presenteado com ótimos posts. Obrigado.

Ana Paula Borges Pereira disse...

Nossa!Com certeza!Concordo com vc!
E muito obrigada pelos elogios!
Temos que ter muito orgulho de ser brasileiros e de nossos atletas!
Eles com certeza batalharam muito pra chegar lá!^^

Anônimo disse...

A COMPETIÇÃO E A COMPETITIVIDADE ULTRAPASSARAM O ESPORTE.

SEM ESTRUTURA, SEM TECNOLOGIA E
SEM APOIO, A MAIORIA DE NOSSOS
ATLETAS ESTÃO NUMA FASE AINDA
ROMÂNTICA.
PELO AMOR,
PELO OBJETIVO E
PELA PÁTRIA.

AINDA BEM.