
Ontem, depois de passar um agradável fim de semana em Brasília, peguei a estrada rumo à Bela Vista. Fiquei feliz ao ver no horizonte, lá longe, a chuva que caía. Boa pra minha lavoura, certamente estaria molhando as covas do maracujá, e fortificando e alimentando a terra já preparada pra receber as mudas. Os eucaliptos já plantados também se beneficiariam. Tentei imaginar em que local da estrada me encontraria com ela, e na metade do trajeto ela chegou. Não uma chuva ou um temporal. Um dilúvio, que não me permitia ver nada além de 4 ou 5 metros. Uma imensa parede cinza que me obrigou a andar a 60 km/h. Busquei com calma um posto ou quiosque que me possibilitasse parar e esperar, mas naquele trecho da estrada não encontrei nenhum. Havia muita água na pista e eu me concentrava em manter o controle do carro. Foram vinte minutos de muita atenção. E muita tensão. Vinte kms adiante o céu abriu (ou fechou?) e o restante da viagem foi moleza.
Como pode a mesma chuva ter dois lados tão distintos: ser tão bendita para as lavouras e tão apavorante numa estrada?
CARPE DIEM